segunda-feira, 18 de agosto de 2008

ANJ discute jornal impresso na era digital


"O jornal impresso na era digital. Um salto até 2020". Este é o tema do 7º Congresso Brasileiro de Jornais, organizado pela ANJ, que traça uma ponte até o futuro da indústria jornalística.


"O futuro dos jornais" pauta o 7º Congresso Brasileiro de Jornais que acontece, hoje e amanhã, em São Paulo. Organizado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), o encontro traça uma ponte até o ano de 2020 e bate à porta da indústria jornalística em plena era digital. O congresso, que acontece a cada dois anos, centra o foco nas "principais questões da indústria jornalística do nosso País" e se propõe comungar "as melhores práticas e novas tendências do setor", sintetiza Nelson Sirotsky, presidente da ANJ, no site do evento (http://www.anj.org.br/). "Os jornais brasileiros vêm colhendo, nos últimos anos, uma série de boas notícias, como o aumento de circulação e da captação de investimentos publicitários. Mas são grandes os nossos desafios, sobretudo, aqueles relacionados ao reposicionamento das empresas jornalísticas diante das novas mídias. Nosso futuro depende dessa capacidade de permanente atualização", observa Sirotsky.
O presidente da ANJ destaca o "excelente desempenho do ano passado", quando a circulação dos periódicos nacionais aumentou em 11,80%, assim como "sua participação no bolo publicitário para 16,28%". O primeiro trimestre deste ano também foi de boas notícias para os empresários do setor: pesquisa do Projeto Inter-Meios calcula que "os investimentos publicitários, nos jornais, cresceram 23,72%, comparando-se com igual período do anos passado".
Nesse cenário, o 7º Congresso Brasileiro de Jornais coloca, à mesa de debates, temas como liberdade de expressão, gestão de mudanças na empresa jornalística, o novo consumidor da informação, responsabilidade social e convergência multimídia, por exemplo. Entre os palestrantes e convidados, estão o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Aloy Jupiara (editor-executivo do Globo Online), Victor Chidid (integrante do Comitê Mercado Leitor da ANJ), Geraldo Correa (vice-presidente de Rádios e Jornais do Grupo RBS - Porto Alegre), John Wilpers (consultor sênior da Innovation - EUA) e o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva.
A reedição dos jornais no tempo das novas mídias é uma das discussões da abertura do congresso. Rosental Calmon Alves, diretor do Knight Center for Journalism in the Americas - Universidade do Texas (EUA), puxa o fio da meada. "O jornalismo online brasileiro tem sido um dos mais dinâmicos e criativos do mundo e nos primeiros anos esteve à frente até de muitos países mais avançados pelo menos num aspecto fundamental: entender que não se tratava simplesmente publicar na Web o mesmo conteúdo do papel, mas sim de adiantar hoje o conteúdo do jornal de amanhã", adianta, em entrevista ao site da ANJ. Outro diferencial é o diálogo virtual entre o editorial e os leitores, via canais de participação.
"Estamos apenas no começo de um processo de mudanças longo e profundo que implicam na adoção de uma nova identidade do jornal, que passa de um produto estático, fechado, monomidia e periódico a um hibrido de átomos e bits, um serviço dinâmico, aberto, multimídia, constantemente atualizado e sempre disponível", orienta Alves. "Parece-me, e é apenas uma intuição, que os leitores estão demandando uma certa coragem nesse sentido: surpreender. Um jornal é um jornal, mas temos de recuperar a capacidade de surpresa nos jornais. E, antes de qualquer coisa, desfrutar do nosso trabalho e nos divertirmos com ele. Penso que os jornalistas estão muito entediados e que, por isso, nossos jornais são majoritariamente entediantes", dialoga Javier Errea, presidente da Society News for Design (Espanha), convidado a falar sobre o design dos jornais, durante o congresso da ANJ.

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